Biografia
Estudou na Escola Municipal de Benfica e no Ginásio Belizário de Assis Fonseca, em Cascatinha, Petrópolis. Casado com Beatriz Consuelo e Silva Nascimento, a 41 anos, tem três filhos, Silvia Heloneida, Alessandro e Silvana, seis netos e dois bisnetos. Trabalhou por 35 anos na firma Camerino Cabral Ltda (Loja Dako de Petrópolis), como gerente comercial.
Publicou crônicas no Diário de Petrópolis, (onde trabalhou por quatro anos), Tribuna de Petrópolis, no Jornal Cultural Obelisco e no Jornal Cultural Poiésis (do qual fazia parte do Conselho Editorial). Em 1993 lançou seu primeiro livro “Silêncio Alucinado”, com prefácio do professor Mauricio Cardoso de Melo, que recebeu o Prêmio Silvio Júlio, da Academia Petropolitana de Letras, como o melhor livro do ano. Na primeira parte desse livro estão reunidas crônicas publicadas nos jornais de Petrópolis, onde constata-se sua experiência como jornalista. Na segunda parte estão poemas, fundamentados na vivência do autor em Itaipava, sua terra. Seu segundo livro “Sentir Eterno”, de 2018, com prefácio do escritor e poeta Gerson Valle e apresentação dos poetas e professores Ataualpa Pereira e Carmen Felicetti, capa de Marta Lage, foi indicado para o Prêmio Maestro-Guerra Peixe de Cultura. Recebeu da Academia Petropolitana de Letras o Prêmio Carauta de Souza como melhor livro do ano. Seu terceiro livro, lançado em 2019, “Coração na Boca” com prefácio do professor e poeta Ataualpa Pereira foi agraciado com o Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura como o melhor livro do ano. Nesse livro ficou consolidada a vocação desse poeta petropolitano, que prima pela concisão. A meta discursividade que a obra apresenta revela o zelo pelo uso da palavra para destacar a essência semântica. As reflexões sobre o viver estão concentradas em mínimos poemas. Ali estão registrados seu amor pelas aves, pela fotografia, pela família e pelos amigos. Seu quarto livro “Concerto Diverso”, também com prefácio do professor e poeta Ataualpa Pereira no qual ele afirma que nesse livro “O pragmatismo do poeta Sylvio Adalberto recebe aqui um toque lírico sem contemplações exageradas que não deixam a esperança fugir entre os dedos”.
Instrumentista
Tenho uma queda por violão,
mas toco palavra.
Acordo no meio da noite
silêncio empoçado no olho.
Em vez da escala diatônica
dedilho consoantes e vogais,
priorizando acordes dissonantes.
Gostando dos tons maiores,
enfatizo a tristeza congênita
dos semitons e dos tons menores.
Existe uma diferença que nunca superei:
– Música, sigo na partitura;
Vida, só toco de ouvido.
SONETO DE AMOR
Preciso de um amor a toda prova.
Amor que busco desde a mocidade.
Amor, que após brutal voracidade
da exaurida seiva, se renova.
Findado o ardor, o corpo então comprova
de que o prazer não traz saciedade.
Que seja o risco então essa verdade
e o gozo sempre a sensação mais nova.
Quero encontrar o amor insaciável
que dando tudo, nada pede em troca,
Sem se importar o quão seja durável.
Amor assim, que, em transe, nos transporte.
Por ser amor total, não nos sufoca,
posto que é fogo, é gelo, é vida, é morte!
O jeito de olhar
Maior que o infinito
só o azul e a luz.
Daquela distância
o mendigo tinha
um olhar cheio de ausências
e lonjuras e uma tristeza
que beirava seu rosto.
Chovia setembros
naquela primavera.
Minha avó Dejanira
olhava diferente,
parece que guardava
um horizonte no olho.
Hoje sei que aquela sombra
recendia solidão.
Definitivo
E disse Deus:
– Fiat Lux!
Mas o anjo da morte
Escreveu na sua adaga:
– Aqui se faz, aqui se apaga!
Confirmação
A saudade prova
que a tinta
dos nossos sonhos
permanece
sempre nova.
Permanência
Queria que o último poema,
a procura de porto,
batesse em minha porta
e doesse,
dormisse no meu colo
igual a um filho morto.
Constatação
Viver
É oficio
Poesia
É vicio.
Mas, que fazer
Eu aqui
achando
que
ser vegano
era
não comer
as vacas
da
sociedade.
Despedida
Percebeu
que ainda a amava
ajoelhou-se e pediu
foi lindo demais
ela o olhou
no fundo dos olhos
e
meteu-lhe o pé na bunda.
Politica social
Deus ainda não percebeu,
mas tem gente demais
carregando cruz.