Biografia
Jadir Vilela de Souza nasceu em 03 de maio de 1925, na cidade de Divinópolis, Minas Gerais. Possui os cursos de Direito e Ciências Contábeis. Manteve por muitos anos seu escritório de advocacia, foi Diretor e professor universitário, hoje, aposentado. Casado com a trovadora Maria José de Almeida Souza e pai de sete filhos: Jadir Júnior, Gilka, Gilda, Gilma, Jader, Jad e Gilza.
Tem os seguintes livros editados: Soluços D’Alma (sonetos), Círios em Desfile (trovas), Pedras do Meu Caminho (trovas), Poemas das Horas Mortas (poemas de versos livres), Candeeiro e Candeeiro II (poemas para ler e pensar), Variações sobre o Amor (sonetos e outros poemas). Sua primeira obra foi “… E o Manué se Vingô” (conto em versos caipiras, publicado em 1946 e reeditado em 2007, em versão ilustrada.
Escreveu as peças teatrais já representadas: “O Único Recurso” e “Neurose” e tem inédita “Está Sobrando Respeito”.
É filiado à Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e pertence a várias instituições culturais e literárias do Brasil e do Exterior. Seu nome consta na Enciclopédia de Literatura Brasileira, com inúmeras citações.
Foi membro correspondente nº 941.
Soluços D’Alma
Jadir Vilela de Souza
Deus, vós que tendes todo o poder e a bondade,
Daí forças aos que passam pela provação!
Daí ao homem a fé, a esperança, a caridade…
E livrai, Pai, do ódio e toda a perdição.
Deus, perdoai aos que tem o senso da maldade,
Livrai-nos do rancor que foge da razão;
Daí a luz aos que na terra almejam a verdade,
E ponde, Pai, o amor em cada coração!
E quando, Pai amado, eu for aos céus subir,
Sem o pesado corpo, este que me faz vir
A sempre santa dor que purifica a alma,
Ainda pedirei a Vós, daqui da terra:
Deus, pela sofredora humanidade que erra
Aceitai minha prece e meu SOLUÇOS D’ALMA!
Súplica
Por que, Senhor, é curta a mocidade
e assim também tão curta a nossa vida?
Que bom seria se em qualquer idade
a velhice não fosse percebida!
Ela nos vem, parece, por maldade,
embora seja sempre repelida.
Aumenta, Senhor Deus, a mocidade…
Prolonga, por mais anos, nossa vida.
Que a nossa juventude seja eterna,
que a vida, para sempre, seja terna;
que nunca falte amor pelos caminhos!
E, quando a nós vier o teu chamado,
esteja certo que, no teu reinado,
só jovens tu terás, nunca velhinhos!
(citado no livro: “Jadir Vilela de Souza, Poeta Místico”, de Pedro Pires Bessa)
Canto aos céus
Jadir Vilela de Souza
Vêde, meu Deus, a terra amargurada
Em que este povo cumpre a sua vida;
A nossa lenta marcha para o nada
Numa alegria quase consumida!
Sim, vêde a terra triste e ressecada
Que em outros tempos fora tão florida!
Agora, a multidão apavorada
Suplica aos céus numa amplidão perdida!
A roça morre, morrem cafezais,
Mas lá no seco pasto a fome é mais,
E já faminto e triste o gado berra!
Mas Deus, olhando as pobre criaturas,
Faz-se cair em chuvas das alturas,
Enquanto sobem prantos cá da terra!
O sorriso que ficou
Jadir Vilela de Souza
Ela passou, sorriu, e foi andando…
E de emoção eu juro que tremi!
Ela se foi, mas me deixou pensando:
Será que ela sentiu o que senti?
Ela gostou de mim. Mas, até quando?
Algo de amor em seu olhar eu li.
Ela passou, sorriu e foi andando…
E depois disso nunca mais a vi!
Coisa engraçada a vida. Quem diria?
E seu nome? Será Nair, Maria…
Dela nada se sabe. Nada, enfim!
Se alguém souber do paradeiro seu,
Diga que é ela este soneto meu…
E que saudade ela deixou em mim!
(do livro “Variações sobre o Amor)
Solução
Quando achares que tudo
está perdido,
eleva teu pensamento
a Deus,
e pede ajuda.
Não cometas
atos impensados,
julgando que a morte é a solução.
A morte provocada
aumenta os problemas.
Se quiseres
te livrar deles,
busca uma prece
sincera,
e terás ajuda
que mereceres.
Jesus te ajudará
Na solução
Que julgas impossível!
(do livro: “Candeeiro II”)
Menina moça
Passou, por mim, um dia, vaporosa,
uma mocinha que é um encantamento.
Toda elegante, toda perfumosa,
com seu cabelo a inquietar-se ao vento.
E, vendo criatura tão formosa,
fiquei extasiado num momento.
Que bela face meiga e tão mimosa…
Que corpo de causar deslumbramento!
E para realçar o seu encanto,
trazia, sobre o peito puro e santo,
tão linda rosa de vermelha cor.
E eu, sem saber dizer qual a mais bela:
se a rubra flor que enfeita essa donzela
ou se a donzela que possui a flor!
(do livro: “Variações Sobre o Amor”)
Otimismo
Faça de conta
que você tem hoje
um sol bonito e convidativo.
Faça de conta
que hoje será um dia feliz,
talvez, o melhor de sua vida.
Faça de conta que
“muito obrigado!, “com licença” e “por favor”
sempre são pronunciados por você.
Faça de conta
que o sorriso é permanente
em seus lábios,
e que seu rosto só mostra alegria.
Faça de conta
que você não tem problemas.
Faça de conta
que você tem coragem bastante
para vencer os fracassos,
E que só vitórias tem pela frente.
Faça de conta
que a partir de hoje
você será bem melhor
do que foi até ontem.
Se você puder fazer de conta
tudo isso,
você será o que todos esperam
de alguém…
Sem necessidade de fazer de conta.
(do livro: “Poemas das Horas Mortas”)